segunda-feira, julho 03, 2006

PAPILLON
















Só podia ser sonho. Quando vi, já estava na minha direção.
Sem esquiva e sem sombra de dúvida me vi sem ação.
Que torpor nesta sala de parede verde-clara!
Iluminei um cômodo para enxergar, nada.
Sem som, nem sombra volto-me ao espelho.
Receio fita-lo mas só encontro minha imagem refletida.
Em meu rosto, agora pálido, enxergo a luz da noite, e através dos meus olhos
as estrelas constelam poemas, acompanho sua métrica e rima.
Parece um sonho, mas estou desperta.
A chuva despenca do alto em palavras e versos.
Sua correnteza leva-me para outro caminho e começa a contar uma nova
-e incrivelmente mais bela- história.
Corro a favor do vento e vou de encontro à cores lúcidas. Banho-me.
-Agora dorme querida Lua, e que em seu seio repouse as minhas mais belas canções!
O Sol já vem, mansinho quando desperto vejo novamente minha imagem espelhada.
Intrigante, há outro rosto na luz solar.
Minhas asas coloriram
Agora refeita dos dias de sonho, me encontro assim, renascida

Posted by Araiê @ 4:54 PM

Fases da Lua

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"Quem olha pra fora, sonha. Quem olha pra dentro, acorda" Jung

"a noite me pinga uma estrela no olho e passa" Leminski