sábado, janeiro 29, 2005

A QUATRO MÃOS


Posted by Hello



Pássaro dourado,
O que veio fazer no meio da minha alquimia?
Quem te mandou, cisne, cena, esquete, cotovia,
circo, deus, anjo, capeta?
Com que liberdade te apoderaste da pressa
de minha caneta?
Nada responde
Tudo pia.
Tudo é manhã.
Tudo canta e assobia

(O vento diz que te amo há muito tempo.)

Pássaro dourado,
Me escuta,
Me escuta, meu girassol,
Meu farol, minha mais nova rima
É Fênix quem te fala!
Toda ave é da outra no mínimo prima.
Papagaio inteligente
Arara azul que mora
no humor das profundas gargalhadas.
Fique assim, não sai
Louro,
Folha milagrosa
para todos os males
para melhor digerir
para memória florir
para melhor respirar
Minha vó dizia
Louro bota tudo no lugar

Pássaro dourado
Albatroz generoso
Voando no meu céu
Seu gesto foi e é um verso
portanto,
este poema que te dou foi
você que começou.


Elisa Lucinda

Posted by Araiê @ 1:16 AM

domingo, janeiro 23, 2005

REVELAÇÃO


lua de fogo Posted by Hello


REVELAÇÃO

Eu, numa ilha singular, me abaixava para acariciar o solo. Há alguns anos, travei amizade com teorias sobre as nebulosas e recentes descobertas. O que havia de extraordinário no seu semblante para produzir em mim tal impressão? Os pensamentos de uma capacidade vasta, ao mesmo tempo impetuosos e lúdicos, conheço todos. Avaliando, adormeci. Talvez porque ainda não reconhecesse suficientemente o meu caso como um fato positivo. Mas tudo estava exposto aos olhos.
Vi-me a empregar formas sensíveis, com graça e fluência admiráveis.
Da altura enorme, distingui duas fortes vozes. Paro. Paraliso. Pouso. Explodo, meus estilhaços serpenteavam entre os rugosos, pintados, escritos, estucados, cinzelados. Minha última tentativa: a perfeição em bom tom. Voltei os olhos para outros objetos, com olhar voraz, havia me enganado com certas fórmulas.
Não há o céu dos sonhos, o finito da matéria não é um sonho. Sua voz não é absolutamente estranha. Sua expressão não explica os meus pensamentos. Então, essa loucura, em que eu começava a notar certo método e fez eu ficar bastante despeitada. Sua insistência que não atingiu senão dimensões insignificantes. Com um grito colorido e mágica celeridade, pisquei em desespero frenético. As lágrimas se revolviam nas veias, tumultuosamente. Depois desse sentimento de dor, receei as comoções mais fortes pois não lhe entendia uma palavra. Creio que foi a má cara que lhe mostrei, descarou que passei um dia inteiro, sozinha, no meio da fogueira.
Desejava confiar-lhe um segredo, não tenho passado bem esses últimos dias, as chaves lhe foram entregues e para mim era um sinal, uma possibilidade de revelação. Procuro me deleitar com tal sentimento. E para fugir às humilhações que se seguem sempre a esta espécie de desventura, durante momentos de delírio quem sabe não seja conveniente fazer desaparecer os confidentes desse segredo. E terminar a obra.

Posted by Araiê @ 1:29 PM

sábado, janeiro 22, 2005

LAKSHMI


lakshmi Posted by Hello


DEUSA LAKSHIMI
Ela é também chamada de Shri,é uma deusa indiana que personifica a fortuna,a riqueza, a corporificação da amabilidade ,generosidade,encanto,beleza da fartura e da saúde. OM MANI PADME HUM!

Posted by Araiê @ 2:10 AM

quinta-feira, janeiro 20, 2005

A LUA


Posted by Hello

A Lua Vermelha da Menstruação
Mirella Faur



Na Antigüidade, o ciclo menstrual da mulher seguia as fases lunar com tanta precisão que a gestação era contada por luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo assim o contato com o seu próprio ritmo e seu corpo, fato que teve como conseqüência vários desequilíbrios hormonais, emocionais e psíquicos. Para restabelecer essa sincronicidade natural, tão necessária e salutar, a mulher deve se reconectar à Lua, observando a relação entre as fases lunares e seu ciclo menstrual. Compreendendo o ciclo da Lua e a relação com seu ritmo biológico, a mulher contemporânea poderá cooperar com o seu corpo, fluindo com os ciclos naturais, curando seus desequilíbrios e fortalecendo sua psique.

Para compreender melhor a energia de seu ciclo menstrual, cada mulher deve criar um Diário da Lua Vermelha, anotando no calendário o início de sua menstruação, a fase da lua, suas mudanças de humor, disposição, nível energético, comportamento social e sexual, preferências, sonhos e outras observações que queira.

Para tirar conclusões sobre o padrão de sua Lua Vermelha, faça essas anotações durante pelo menos três meses, preferencialmente por seis. Após esse tempo, compare as anotações mensais e resuma-as, criando, assim, um guia pessoal de seu ciclo menstrual baseado no padrão lunar. Observe a repetição de emoções, sintonias, percepções e sonhos, fato que vai lhe permitir estar mais consciente de suas reações, podendo evitar, prever ou controlar situações desagradáveis ou desgastantes.

Do ponto de vista mágico, há dois tipos de ciclos menstruais determinados em função da fase lunar em que ocorre a menstruação. Quando a ovulação coincide com a lua cheia e a menstruação com a Lua Negra (acontece nos três dias que antecedem a lua nova, entendido como o quinto dia da lua minguante), a mulher pertence ao Ciclo da Lua Branca. Como o auge da fertilidade ocorre durante a lua cheia, esse tipo de mulher tem melhores condições energéticas para expressar suas energias criativas e nutridoras por meio da procriação.

Quando a ovulação coincide com a lua negra e a menstruação com a lua cheia, a mulher pertence ao Ciclo da Lua Vermelha. Como o auge da fertilidade ocorre durante a fase escura da lua, há um desvio das energias criativas, que são direcionadas ao desenvolvimento interior, em vez do mundo material. Diferente do tipo Lua Branca, que é considerada a boa mãe, a mulher do Ciclo Lua Vermelha é bruxa, maga ou feiticeira, que sabe usar sua energia sexual para fins mágicos e não somente procriativos.

Ambos os ciclos são expressões da energia feminina, nenhum deles sendo melhor ou mais correto que o outro. Ao longo de sua vida, a mulher vai oscilar entre os ciclos Branco e Vermelho, em função de seus objetivos, de suas emoções e ambições ou das circunstâncias ambientais e existenciais.

Além de registrar seus ritmos no Diário da Lua Vermelha, a mulher moderna pode reaprender a vivenciar a sacralidade de seu ciclo menstrual. Para isso, é necessário criar e defender um espaço e um tempo dedicado a si mesma. Sem poder seguir o exemplo das suas ancestrais, que se refugiavam nas Tendas Lunares para um tempo de contemplação e oração, a mulher moderna deve respeitar sua vulnerabilidade e sensibilidade aumentadas durante sua lua. Ela pode diminuir seu ritmo, evitando sobrecargas ao se afastar de pessoas e ambientes carregados, não se expondo ou se desgastando emocionalmente, e procurando encontrar meios naturais para diminuir o desconforto, o cansaço, a tensão ou a agitação.

Com determinação e boa vontade, mesmo no corre-corre cotidiano dos afazeres e obrigações, é possível encontrar seu tempo e espaço sagrados para cuidar da sua mente, de seu corpo e de seu espírito. Meditações, banhos de luz lunar, água lunarizada, contato com seu ventre, sintonia com a deusa regente de sua lua natal ou com as deusas lunares, viagens xamânicas com batidas de tambor, visualizações dos animais de poder, uso de florais ou elixires de gemas contribuem para o restabelecimento do padrão lunar rompido e perdido ao longo dos milênios de supremacia masculina e racional.

O mundo atual - em que a maior parte das mulheres trabalha - ainda tem uma orientação masculina. Para se afastar dessa influência, a mulher moderna deve perscrutar seu interior e encontrar sua verdadeira natureza, refletindo-a em sua interação com o mundo externo.


(Texto extraído do livro O Anuário da Grande Mãe - Guia Prático de Rituais para Celebrar a Deusa, de Mirella Faur, Editora Gaia)


Posted by Araiê @ 1:52 AM

quarta-feira, janeiro 19, 2005

OPALAS DO PIAUÍ


Opalas do Piauí Posted by Hello

Posted by Araiê @ 1:54 AM

segunda-feira, janeiro 17, 2005

LEMINSKI


leminski Posted by Hello

Posted by Araiê @ 1:42 PM

domingo, janeiro 16, 2005

A RODA DA FORTUNA


wheel of fortune Posted by Hello


Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração


Chico Buarque

Posted by Araiê @ 2:12 PM

Fases da Lua

________________

"Quem olha pra fora, sonha. Quem olha pra dentro, acorda" Jung

"a noite me pinga uma estrela no olho e passa" Leminski